Penas por tráfico de drogas atingem as famílias das mulheres condenadas

Ex-presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro, a criminalista Maíra Fernandes fala ao Conjur sobre o efeito nefasto das penas imputadas (e extrapoladas!) às mulheres: sem a figura materna, os filhos ficam desamparados, e, muitas vezes, acabam caindo no mundo do crime.

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Maíra Fernandes fala sobre as mulheres na advocacia

O Repórter Justiça informa que no quadro de advogados do Brasil mais de 570 mil profissionais são do sexo feminino. Ou seja, metade do quadro. Por ocasião do Dia da Mulher Advogada (15/12), o programa da TV Justiça abordou a Lei Julia Matos, que garante direitos às profissionais da área que estão grávidas ou são lactantes. Lembrou também a história de Myrthes Gomes de Campos, primeira mulher advogada a encarar um Tribunal de Júri no Brasil. A advogada Maíra Fernandes falou, ao lado de colegas renomadas, sobre o papel das mulheres na advocacia e os principais desafios enfrentados.   https://youtu.be/dBwwZNWzqls

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Maíra Fernandes analisa as propostas legislativas de redução da maioridade penal em artigo publicado no Jornal O Globo

TEMA EM DISCUSSÃO: Aprovação da redução da maioridade penal em comissão da Câmara dos Deputados O tema da redução da maioridade penal volta à ordem do dia. Lamentavelmente, como em outras oportunidades, o debate apela para a sensação de insegurança da população, ignorando as experiências internacionais e até mesmo o fato de que já responsabilizamos adolescentes por atos infracionais a partir de 12 anos de idade. A estrela da vez é a PEC 171/93, do deputado federal Benedito Domingos (PP/DF), que visa a alterar o artigo 228 da Constituição e reduzir a maioridade penal para 16 anos, proposta que viola direitos fundamentais, cláusulas pétreas do nosso sistema de leis. O Brasil não está sozinho na proteção à criança e ao adolescente. Segundo a Unicef, 79% de 53 países pesquisados adotam a maioridade penal aos 18 ou 21 anos e um percentual expressivo (47%) estabelece a responsabilização não criminal entre 13 e 14 anos. Nosso Estatuto da Criança e do Adolescente permite a aplicação de medidas socioeducativas a partir dos 12 anos, que variam entre a advertência, a semiliberdade, a liberdade assistida, até a internação em estabelecimento educacional privativo de liberdade. Tais medidas, se bem executadas, seriam suficientes para orientar os jovens e evitar a reincidência, sem a necessidade de atirar milhares de adolescentes nas masmorras do nosso sistema prisional. Por isso, qualquer debate sério a respeito do tema deveria ser iniciado por um diagnóstico das atuais condições de cumprimento das medidas previstas em lei. É preciso cobrar estrutura estatal, profissionais para acompanhar tais medidas e o funcionamento de instituições que priorizem o atendimento psicológico e a realização de atividades pedagógicas. Fala-se do aumento de atos infracionais graves praticados por adolescentes. Puro mito. Segundo a Secretaria de Direitos Humanos, entre 2002 a 2011, o homicídio caiu de 14,9% para 8,4% entre os crimes praticados por jovens que cumprem medida socioeducativa; o latrocínio, de 5,5% para 1,9%; o estupro, de 3,3% para 1,0%, e a lesão corporal, de 2,2% para 1,3%. Os crimes mais praticados por adolescentes são os patrimoniais (roubo e furto) e o tráfico de drogas, que exerce grande poder sobre jovens carentes de uma rede de proteção adequada. Há no Brasil 571 mil crianças de 7 a 14 anos fora da escola (segundo dados do Ipea) e somos o 2º país em número absoluto de homicídios de adolescentes, atrás apenas da Nigéria: mais de 33 mil jovens, de 12 a 18 anos, foram assassinados entre 2006 e 2012 no país, segundo a Unicef. É preciso romper esse ciclo de violência. Condená-los ao sistema carcerário, com presos de todas as idades, ignorando as peculiaridades de uma pessoa em formação, apenas antecipará vícios e dramas da vida adulta, levando-os a delinquir por mais tempo. Não há qualquer razão para se desistir de quem tem tantos anos para virar a página e recomeçar. Maíra Fernandes é presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro

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